Retornamos a Regência, dessa vez
com missões um pouco diferentes. A primeira missão era sair do Rio de Janeiro
em pleno carnaval. A cidade estava lotada e o trânsito seguia parado e confuso.
Chegamos em Vitória e os ônibus para Linhares já tinham acabado, a solução foi
se hospedar em um hotelzinho, que apelidamos carinhosamente de “três pulgas”, em
frente a rodoviária e esperar o primeiro ônibus da matina. No dia seguinte,
decorridas mais de 24h de viagem conseguimos chegar a Regência.
A vila estava em ritmo de festa e o bloco local “Fubica” animava moradores e turistas com seu palco móvel que percorria as ruas. A nossa idéia era montar mais um bloco o “Bloco Ambiental”. E como sendo nossa segunda missão seguimos em frente. Conversamos com o Joe executor do projeto Tamar na Vila Regência e estava tudo certo para nossa saída junto com o “Carebão”, o bloco do Tamar. Levamos três marchinhas que reciclavam as melodias de marchinhas conhecidas como “Alah Laô”, “Se você pensa que cachaça é água” e “Bandeira branca”. Todas adaptadas para a questão ambiental, passando por temas como desmatamento; aquecimento global; consumo e precificação da água; e em caráter especial dedicamos uma marchinha “Bandeira Verde” exclusiva a uma situação local que está sendo vivenciada pela vila, que é a construção de um porto.
A letra dizia assim:
“Bandeira Verde amor,
Não posso mais,
A qualquer custo guela abaixo é
assim que se faz?
É um tal de crescimento a vapor,
Querem construir porto a mais
Vem meu amor, ocupar as ruas e
pedir paz”
Foi bonito de ver, fizemos um
aquecimento no Centro Ecológico do Tamar com as crianças que acompanhavam com
seus instrumentos, dentre os quais construídos com materiais reutilizados.
Todos já estavam afinados, era hora de sair às ruas. Encabeçando o bloco estava
a figura ícone do “Carebão”, uma tartaruga gigante, toda confeccionada em papel
machê, juntos seguiam em marchinha dois bonecões e todo o bloco ambiental em
corum animado.
Texto e Fotos: Bruna Medeiros